30 agosto 2012

Música


"Se a música é o alimento do amor não parem de tocar. Deem-me música em excesso; tanta que, depois de saciar, mate de náusea o apetite."

                                                          William Shakespeare



Coisas da Madrugada...

 Já passou da uma hora da madrugada. Sim, já está tarde. Mesmo assim tive que escrever.

 É assim que funciona comigo. Quando bate aquela vontade louca de escrever, tenho que parar tudo (até mesmo o sono) e escrever.

 Escrever algo importante ou algo extremamente inútil.

 Escrevo nesse blog como se estivesse escrevendo em meu diário. Aliás, aqui não passa de um diário. É digital e público, eu sei, mas ainda é um diário - afinal, ninguém o lê!

   Parei pra pensar nas pessoas que vão aparecendo ao longo de nossas vidas.

  Tem aquelas que conhecemos, fazemos amizades e nunca mais esquecemos.

 Tem outras que conhecemos, fazemos amizades e esquecemos.

 Outras ainda, conhecemos, fazemos amizades, esquecemos e voltamos a lembrar delas.

 É um vai e vem de gente. Algumas são despercebidas. Outras ficam por um certo tempo e vão embora. Poucas ficam para sempre.

  As que ficam para sempre geralmente são pessoas que conhecemos ora de situações extremamente comuns, ora em situações diferentes e inusitadas.


  Podemos conhecer no colégio, na praça, na rua, em um velório ou em uma comunidade qualquer no orkut. ou Facebook...

 Conhecemos pessoas jogando um joguinho aparentemente bobo que se encontra na internet.
 Conhecemos pessoas quando estamos de bobeira falando sobre o seriado "Chaves".
 Conhecemos pessoas pedindo um livro qualquer emprestado.
 Conhecemos pessoas quando tropeçamos no meio da calçada...

 E sim... Pode ser por motivos bobos, mas de certa forma, essas pessoas acabam fazendo parte da sua vida. Acabam sabendo um pouco de você.

É...Isso é bom! É bom saber que outras pessoas se importam.

É bom saber que existe alguém que aparece ao menos para dizer um "Oi" ou um "Tchau" (nem que seja escrito de forma errada).

 É... isso é muito bom!

Eu não sou ninguém, sou apenas um inseto que vaga na madrugada.
Até a próxima! Zuuuum

P.s.: Nesse texto a palavra escrever foi usada 6 vezes...Quer dizer, 7 contando agora.



29 agosto 2012

Um pouco de poesia


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

           Luís Vaz de Camões

28 agosto 2012

Da série: Acontece...

 Você recebe um convite para ir a uma festa de aniversário.

  Passa um bom tempo, e você acaba se esquecendo de ir. Não compra sequer o presente.

  Depois você encontra o aniversariante:

 - Ah, desculpa por eu não ir a tua festa, tive uns probleminhas! (desculpa mais do que esfarrapada)

- Tudo bem, fique tranquila! - Diz o aniversariante.
 Então, para disfarçar, você ainda continua:

 - Eu não fui mas comprei o teu presente, pode deixar que depois eu levo ele pra você!


   Então, você compra o presente.

 E o entrega no próximo aniversário.

 Pra variar, o presente é uma camiseta que não é do tamanho do aniversariante.

É.... Isso acontece!

Eu não sou ninguém, sou Apenas a Libélula.
Até a próxima! =D

27 agosto 2012

Diferenças...

 As pessoas são diferentes uma das outras. Óbvio!

 A partir daí, comecei a pensar nessa questão.

 Reparei que nós acabamos tendo o costume de querer que as outras pessoas gostem das mesmas coisas que a gente.

 Todo mundo tem que gostar das mesmas músicas que gostamos, das mesmas roupas, dos mesmos filmes, dos mesmos programas de televisão, e assim vai....

 Epa!

 Por que será que temos esse costume?

 É claro que estou me incluindo nisso!

 Tudo que sabemos fazer é criticar, criticar e criticar. Okay! Tá certo, podemos criticar o quanto quisermos (isso é liberdade de expressão). Mas porque não podemos aceitar os gostos de cada um?

Por que não aceitamos que alguém goste de ouvir um "pancadão carioca" ou a 5ª Sinfonia de Beethoven?

Por que?

 O mundo é feito de diferenças, cada um tem o seu jeito, seu modo de falar, de escrever...

 Claro que temos limites, isso é obvio. Além do mais, liberdade sem limites, não é liberdade!

 Mas podíamos parar pra pensar - nem que seja por dez minutinhos - e esquecer todas essas diferenças que existem entre nós, simples seres humanos.

 Seria muito, mas muito chato, se fossemos todos iguais (vestindo as mesmas roupas, tendo o mesmo penteado de cabelo...).

   Tudo que eu, você e nós temos que aprender, é saber lidar com todo esse "balaio de gato" e respeitar cada um!

  É algo simples. Confesso que ainda estou começando a exercitar isso.

  Nós temos todo o direito de gostar ou deixar de gostar de certas coisas. Temos também, o dever de aceitar as diferenças que existem à nossa volta.

P.S.: Até o presente momento, Libélula não usou de suas incríveis habilidades WORD para corrigir eventuais erros gramaticais no texto acima.  Portanto, caso ache algum erro, respeite ou não.

Eu não sou ninguém, sou Apenas Diferente!
Até a próxima! =D

26 agosto 2012

Lembranças - 1

Rupert, o Urso.

Era um desenho bem "cuti cuti" de se ver.

Rupert nunca tirava seu cachecol.


Lembro-me de um episódio em que ele reclamava do calor que estava sentindo... Mas tirar o cachecol que é bom, nada!




 Lembranças boas da infância!

25 agosto 2012

Solidão...

                                           E quando achamos que tudo está acabado, 
                                                que as árvores não dão mais frutos, 
                                                     que a água do poço secou 
                                                          e que a unha encravou, 
                                         sempre aparece alguém para lhe dizer:

                                - Ei! Não chore, eu estou aqui e vim pra te fazer feliz!



       Eu não sou ninguém, sou Apenas a Libélula.

       O mundo é cruel, mas você não! Acredite!
                                                    

21 agosto 2012

Será que o sonho acabou?

   Pensamos, às vezes, que não restou um só dragão.

   Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a passear por florestas encantadas.

    Pensamos, às vezes, que a nossa era está além das fronteiras, além das aventuras. Que o destino já passou do horizonte e se foram para sempre as ilusões.

    É um prazer estar enganado.

    Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura... ainda existem, aqui e agora, basta abrir os olhos da alma...

    Em nosso século, só mudaram de roupagem.
    
    Dentro de cada um de nós existe ainda a princesa, existe o cavaleiro;

   Todos queremos ser amados, todos queremos ser felizes.

   No entanto as aparências se tornaram tão insidiosas que as princesas e cavaleiros podem se esconder uns dos outros, podem se esconder até de si mesmos.

    Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram, em sonhos, para nos dizerem que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões; que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, a fim de que possamos mudar o mundo como desejarmos.

A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição.


                                   - Richard Bach

17 agosto 2012

Poetas

"Poetas não escrevem palavras bonitas. Poetas fazem as palavras serem bonitas quando estas,conseguem tocar o coração."             
                          -   Libélula.

The Piano



"Comptine d'un autre été: l'après midi"
Compositor: Yann Tiersen 

16 agosto 2012

Sonhos!



                         Nunca desista de um sonho!

                    Se não encontrar em uma padaria, tente em outra!



Eu não sou ninguém, sou Apenas a Libélula.
 Até a próxima =D

15 agosto 2012

Conto: O Rouxinol e a Rosa

                                                                                                             Oscar Wilde

  "Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas", exclamou o jovem Estudante, "mas em todo o meu jardim não há nenhuma rosa vermelha."

 Do seu ninho no alto da azinheira, o Rouxinol o ouviu, e olhou por entre as folhas, e ficou a pensar.

  "Não há nenhuma rosa vermelha em todo o meu jardim!", exclamou ele, e seus lindos olhos encheram-se de lágrimas. "Ah, nossa felicidade depende de coisas tão pequenas! Já li tudo que escreveram os sábios, conheço todos os segredos da filosofia, e no entanto por falta de uma rosa vermelha minha vida infeliz."

"Finalmente, eis um que ama de verdade", disse o Rouxinol. "Noite após noite eu o tenho cantado, muito embora não o conhecesse: noite após noite tenho contado sua história para as estrelas, e eis que agora o vejo. Seus cabelos são escuros como a flor do jacinto, e seus lábios são vermelhos como a rosa de seu desejo; porém a paixão transformou-lhe o rosto em marfim pálido, e a cravou-lhe na fronte sua marca."

"Amanhã haverá um baile no palácio do príncipe", murmurou o jovem Estudante, "e minha amada estará entre os convidados. Se eu lhe trouxer uma rosa vermelha, ela há de dançar comigo até o dia raiar. Se lhe trouxer uma rosa vermelha, eu a terei nos meus braços, e ela deitará a cabeça no meu ombro, e sua mão ficará apertada na minha. Porém não há nenhuma rosa vermelha no meu jardim, e por isso ficarei sozinho, e ela passará por mim sem me olhar. Não me dará nenhuma atenção, e meu coração será destroçado."

"Sim, ele ama de verdade", disse o Rouxinol. "Aquilo que eu canto, ele sofre; o que para mim é júbilo, para ele é sofrimento. Sem dúvida, o Amor é uma coisa maravilhosa. É mais precioso do que as esmeraldas, mais caro do que as opalas finas. Nem pérolas nem romãs podem comprá-lo, nem é coisa que se encontre à venda no mercado. Não é possível comprá-lo de comerciante, nem pesá-lo numa balança em troca de ouro".

"Os músicos no balcão", disse o jovem Estudante, "tocarão seus instrumentos de corda, e meu amor dançará ao som da harpa e do violino. Dançará com pés tão leves que nem sequer hão de tocar no chão, e os cortesãos, com seus trajes coloridos, vão cercá-la. Porém comigo ela não dançará, porque não tenho nenhuma rosa vermelha para lhe dar." E jogou-se na grama, cobriu o rosto com as mãos e chorou. 

"Por que chora ele?", indagou um pequeno Lagarto Verde, ao passar correndo com a cauda levantada.

"Sim, por quê?", perguntou uma Borboleta, que esvoaçava em torno de um raio de sol.

"Sim, por quê?", sussurrou uma Margarida, virando-se para sua vizinha, com uma voz suave.

"Ele chora por uma rosa vermelha", disse o Rouxinol.

"Uma rosa vermelha?", exclamaram todos. "Mas que ridículo!" E o pequeno Lagarto, que era um tanto cínico, riu à grande.

Porém o Rouxinol compreendia o segredo da dor do Estudante, e calou-se no alto da azinheira, pensando no mistério do Amor.

De repente ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o arvoredo como uma sombra, e como uma sombra cruzou o jardim.

No centro do gramado havia uma linda Roseira, e quando a viu o Rouxinol foi até ela, pousando num ramo.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti". 

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são brancas", respondeu ela, "tão brancas quanto a espuma do mar, e mais brancas que a neve das montanhas. Porém procura minha irmã que cresce junto ao velho relógio de sol, e talvez ela possa te dar o que queres."

Assim, o Rouxinol voou até a Roseira que crescia junto ao velho relógio de sol.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti."

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são amarelas", respondeu ela, "amarelas como os cabelos da sereia que está sentada num trono de âmbar, e mais amarelas que o narciso que floresce no prado quando o ceifeiro ainda não veio com sua foice. Porém procura minha irmã que cresce junto à janela do Estudante, e talvez ela possa te dar o que queres."

Assim, o Rouxinol voou até a Roseira que crescia junto à janela do Estudante.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti."

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

"Minhas rosas são vermelhas", respondeu ela, "vermelhas como os pés da pomba, e mais vermelhas que os grandes leques de coral que ficam a abanar na caverna no fundo do oceano. Porém o inverno congelou minhas veias, e o frio queimou meus brotos, e a tempestade quebrou meus galhos, e não darei nenhuma rosa este ano."

"Uma única rosa vermelha é tudo que quero", exclamou o Rouxinol, só uma rosa vermelha! Não há nenhuma maneira de consegui-la?"

"Existe uma maneira", respondeu a Roseira, "mas é tão terrível que não ouso te contar." 

"Conta-me", disse o Rouxinol. "Não tenho medo."

"Se queres uma rosa vermelha", disse a Roseira, "tens de criá-la com tua música ao luar, e tingi-Ia com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim apertando o peito contra um espinho. A noite inteira tens de cantar para mim, até que o espinho perfure teu coração e teu sangue penetre em minhas veias, e se torne meu."

"A Morte é um preço alto a pagar por uma rosa vermelha", exclamou o Rouxinol, "e todos dão muito valor à Vida. É agradável, no bosque verdejante, ver o Sol em sua carruagem de ouro, e a Lua em sua carruagem de madrepérola. Doce é o perfume do pilriteiro, e as belas são as campânulas que se escondem no vale, e as urzes que florescem no morro. Porém o Amor é melhor que a Vida, e o que é o coração de um pássaro comparado com o coração de um homem?"

Assim, ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o jardim como uma sombra, e como uma sombra voou pelo arvoredo.

O jovem Estudante continuava deitado na grama, onde o Rouxinol o havia deixado, e as lágrimas ainda não haviam secado em seus belos olhos.

"Regozija-te", exclamou o Rouxinol, "regozija-te; terás tua rosa vermelha. Vou criá-la com minha música ao luar, e tingi-la com o sangue do meu coração. Tudo que te peço em troca é que ames de verdade, pois o Amor é mais sábio que a Filosofia, por mais sábia que ela seja, e mais poderoso que o Poder, por mais poderoso que ele seja. Suas asas são da cor do fogo, e tem a cor do fogo seu corpo. Seus lábios são doces como o mel, e seu hálito é como o incenso.

O Estudante levantou os olhos e ficou a escutá-lo, porém não compreendia o que lhe dizia o Rouxinol, pois só conhecia as coisas que estão escritas nos livros.

Mas o Carvalho compreendeu, e entristeceu-se, pois ele gostava muito do pequeno Rouxinol que havia construído um ninho em seus galhos.

"Canta uma última canção para mim", sussurrou ele; "vou sentir-me muito solitário depois que tu partires."

Assim, o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz era como água jorrando de uma jarra de prata.

Quando o Rouxinol terminou sua canção, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderno e um lápis.

"Forma ele tem", disse ele a si próprio, enquanto se afastava, caminhando pelo arvoredo, "isso não se pode negar; mas terá sentimentos? Temo que não. Na verdade, ele é como a maioria dos artistas; só estilo, nenhuma sinceridade. Não seria capaz de sacrificar-se pelos outros. Pensa só na música, e todos sabem que as artes são egoístas. Mesmo assim, devo admitir que há algumas notas belas em sua voz. Pena que nada signifiquem, nem façam nada de bom na prática." E foi para seu quarto, deitou-se em sua pequena enxerga e começou a pensar em seu amor; depois de algum tempo, adormeceu.

E quando a Lua brilhava nos céus, o Rouxinol voou até a Roseira e cravou o peito no espinho. A noite inteira ele cantou apertando o peito contra o espinho, e a Lua, fria e cristalina, inclinou-se para ouvir. A noite inteira ele cantou, e o espinho foi se cravando cada vez mais fundo em seu peito, e o sangue foi-lhe escapando das veias.

Cantou primeiro o nascimento do amor no coração de um rapaz e de uma moça. E no ramo mais alto da Roseira abriu-se uma rosa maravilhosa, pétala após pétala, à medida que canção seguia canção. Pálida era, de início, como a névoa que paira sobre o rio - pálida como os pés da manhã, e prateada como 
as asas da alvorada. Como a sombra de uma rosa num espelho de prata, como a sombra de uma rosa numa poça d' água, tal era a rosa que floresceu no ramo mais alto da Roseira.

Porém a Roseira disse ao Rouxinol que se apertasse com mais força contra o espinho. Aperta-te mais, pequeno Rouxinol", exclamou a Roseira, "senão o dia chegará antes que esteja pronta a rosa."

Assim, o Rouxinol apertou-se com ainda mais força contra o espinho, e seu canto soou mais alto, pois ele cantava o nascimento da paixão na alma de um homem e uma mulher.

E um toque róseo delicado surgiu nas folhas da rosa, tal como o rubor nas faces do noivo quando ele beija os lábios da noiva. Porém o espinho ainda não havia penetrado até seu coração, e assim o coração da rosa permanecia branco, pois só o coração do sangue de um Rouxinol pode tingir de vermelho o coração de uma rosa.

E a Roseira insistia para que o Rouxinol se apertasse com mais força contra o espinho. "Aperta-te mais, pequeno Rouxinol", exclamou a Roseira, "senão o dia chegará antes que esteja pronta a rosa."

Assim, o Rouxinol apertou-se com ainda mais força contra o espinho, e uma feroz pontada de dor atravessou-lhe o corpo. Terrível, terrível era a dor, e mais e mais tremendo era seu canto, pois ele cantava o Amor que é levado à perfeição pela Morte, o Amor que não morre no túmulo.

E a rosa maravilhosa ficou rubra, como a rosa do céu ao alvorecer. Rubra era sua grinalda de pétalas, e rubro como um rubi era seu coração.

Porém a voz do Rouxinol ficava cada vez mais fraca, e suas pequenas asas começaram a se bater, e seus olhos se embaçaram. Mais e mais fraca era sua canção, e ele sentiu algo a lhe sufocar a garganta.

Então desprendeu-se dele uma derradeira explosão de música. A Lua alva a ouviu, e esqueceu-se do amanhecer, e permaneceu no céu. A rosa rubra a ouviu, e estremeceu de êxtase, e abriu suas pétalas para o ar frio da manhã. O Eco vou-a para sua caverna púrpura nas montanhas, e despertou de seus 
sonhos os pastores adormecidos. A música flutuou por entre os juncos do rio, e eles leva ram sua mensagem até o mar.

"Olha, olha!", exclamou a Roseira, "a rosa está pronta." Porém o Rouxinol não deu resposta, pois jazia morto na grama alta, com o espinho cravado no coração.

E ao meio-dia o Estudante abriu a janela e olhou para fora.

"Ora, mas que sorte extraordinária!", exclamou. "Eis aqui uma rosa vermelha! Nunca vi uma rosa semelhante em toda minha vida. É tão bela que deve ter um nome comprido em latim." E, abaixando-se, colheu-a.

Em seguida, pôs o chapéu e correu até a casa do Professor com a rosa na mão.

A filha do Professor estava sentada à porta, enrolando seda azul num carretel, e seu cãozinho estava deitado a seus pés.

"Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha", disse o Estudante. "Eis aqui a rosa mais vermelha de todo o mundo. Tu a usarás junto ao teu coração, e quando dançarmos ela te dirá quanto te amo."

Porém a moça franziu a testa.

"Creio que não vai combinar com meu vestido", respondeu ela; "e, além disso, o sobrinho do Tesoureiro enviou-me jóias de verdade, e todo mundo sabe que as jóias custam muito mais do que as flores."

"Ora, mas és mesmo uma ingrata", disse o Estudante, zangado, e jogou a rosa na rua; a flor caiu na sarjeta, e uma carroça passou por cima dela.
"Ingrata!", exclamou a moça. "Tu é que és muito mal-educado; e quem és tu? Apenas um Estudante. Ora, creio que não tens sequer fivelas de prata em teus sapatos, como tem o sobrinho do Tesoureiro." E, levantando-se, entrou em casa.

"Que coisa mais tola é o Amor!", disse o Estudante enquanto se afastava. "É bem menos útil que a Lógica, pois nada prova, e fica o tempo todo a nos dizer coisas que não vão acontecer, e fazendo-nos acreditar em coisas que não são verdade. No final das contas, é algo muito pouco prático, e como em nossos tempos ser prático é tudo, vou retomar a Filosofia e estudar Metafísica."

Assim, voltou para seu quarto, pegou um livro grande e poeirento, e começou a ler.


Livro-Texto: WILDE, Oscar. O príncipe feliz e outros Contos.1ª Ed. Ediouro. Rio de Janeiro, 2005.

 Não baixe ou compre livros piratas, faça como eu, compre o Livro! Seu escritor predileto agradece - vivo ou morto.


Eu não sou ninguém, sou Apenas A Libélula. Até a próxima =D

11 agosto 2012

Músicas que você deve ouvir - Parte 1 "Smile - Charlie Chaplin"

     A cada minuto são compostas músicas e mais músicas nesse grande e lindo mundinho.
     Entre milhares delas, nada melhor do que começar com uma música belíssima, composta por um dos maiores gênios da história do cinema mudo: Charlie Chaplin.
   A música foi composta em 1936 para o filme "Moderns Times" (Tempos Modernos) por Chaplin e letrada em 1954 por John Turner e Geoffrey Parsons.
   Vale a pena conferir a letra traduzida:


Sorria

Sorria, embora seu coração esteja doendo
Sorria, mesmo que ele esteja partido
Quando há nuvens no céu,
Você conseguirá...

Se você sorrir
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã
Você verá o sol brilhando, para você

Ilumine seu rosto com alegria
Esconda qualquer traço de tristeza
Embora uma lágrima possa estar tão próxima
Esse é o tempo que você tem que continuar tentando
Sorria, o que adianta chorar?
Você descobrirá que a vida ainda continua
Se você apenas sorrir

Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, de que adianta chorar?
Você descobrirá que a vida ainda continua
Se você apenas sorrir




Carta aberta ao F.

 Assim como você, eu também não sou a pessoa mais perfeita do mundo. Eu sei que às vezes (ou quase sempre), tenho agido como a pior pessoa.....