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Fotografia de: Desconhecido |
" Você deve
estar se perguntando agora: " Quem é o dono de tal bilhete deixado nesse velho
banco de praça?"
Pois bem, irei responder à sua curiosidade. Sou um velho
viajante que durante muitos anos procurou sua morada, mas que nunca a achara.
Por favor, não tenha pena de mim. Prefiro que me ache um tolo. Sim, sou um
tolo, um tolo pensador que vaga por todo esse mundo, querendo conhecer pessoas
diferentes a fim de encontrar minha própria alma.
Eu lhe respondo de
antemão, ainda não a achei. Não neste mundo.
Sei que agora que já sabe, ou ao menos tem certa idéia de quem sou,
esteja se perguntando o motivo desse bilhete. Oras caro leitor! Por acaso o
poeta tem um motivo certo e exato de escrever uma poesia? Ou um escritor teria
um motivo - repito -certo e exato de escrever uma bela obra teatral?
Não! Não quero que me
compare a um poeta. Na realidade, eu não
passo de um mero viajante que resolvera escrever um bilhete. Sim, este bilhete
está virando uma carta, de fato. Mas eu queria partir já sabendo
antecipadamente que alguém o leria. Principalmente alguém que eu não conhecesse.
Esse mundo me dera tantas alegrias, tantas tristezas e
tantas dores... Eu temia em deixá-lo.
Mas agora que estou prestes a partir vejo que fiz o
suficiente. Sim, eu já sei onde está minha alma e estou prestes a ir de encontro com ela.
Espero que sua vida tenha sido tão intensa quanto a minha.
Se não foi, não importa qual seja a sua idade, faça! Com certeza você estará
bem melhor depois que o fizer.
Já estou atrasado. Por favor, jogue essa carta/bilhete no
lixo. Eu ficaria grato se soubesse que você, meu caro leitor anônimo, foi o
último com quem eu falei."
Então, o leitor amassou o bilhete e o jogou na lixeira ao lado do velho banco da praça. Em toda sua vida, ele nunca mais se lembrou do papel que encontrara.
-Libélula
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