10 setembro 2012

A Carta de Um Viajante

Fotografia de: Desconhecido

        " Você deve estar se perguntando agora: " Quem é o dono de tal bilhete deixado nesse velho banco de praça?"
           Pois bem, irei responder à sua curiosidade. Sou um velho viajante que durante muitos anos procurou sua morada, mas que nunca a achara. Por favor, não tenha pena de mim. Prefiro que me ache um tolo. Sim, sou um tolo, um tolo pensador que vaga por todo esse mundo, querendo conhecer pessoas diferentes a fim de encontrar minha própria alma.
           Eu lhe respondo de antemão, ainda não a achei. Não neste mundo.  
         Sei que agora que já sabe, ou ao menos tem certa idéia de quem sou, esteja se perguntando o motivo desse bilhete. Oras caro leitor! Por acaso o poeta tem um motivo certo e exato de escrever uma poesia? Ou um escritor teria um motivo - repito -certo e exato de escrever uma bela obra teatral?
         Não! Não quero que me compare a um poeta.  Na realidade, eu não passo de um mero viajante que resolvera escrever um bilhete. Sim, este bilhete está virando uma carta, de fato. Mas eu queria partir já sabendo antecipadamente que alguém o leria. Principalmente alguém que eu não conhecesse.
         Esse mundo me dera tantas alegrias, tantas tristezas e tantas dores... Eu temia em deixá-lo.
        Mas agora que estou prestes a partir vejo que fiz o suficiente. Sim, eu já sei onde está minha alma e estou prestes a ir de encontro com ela.
        Espero que sua vida tenha sido tão intensa quanto a minha. Se não foi, não importa qual seja a sua idade, faça! Com certeza você estará bem melhor depois que o fizer.
        Já estou atrasado. Por favor, jogue essa carta/bilhete no lixo. Eu ficaria grato se soubesse que você, meu caro leitor anônimo, foi o último com quem eu falei."

          Então, o leitor amassou o bilhete e o jogou na lixeira ao lado do velho banco da praça. Em toda sua vida, ele nunca mais se lembrou do papel que encontrara.

                                                                                 -Libélula 


Um texto pensado e escrito dentro de uma biblioteca. Sim, uma das moradias da inspiração!



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